Exercício de Análise - Crítica Cultural

 A crítica aqui analisada é de Roberto Cunha sobre o filme:  “O palhaço” (2011. Dirigido, co-escrito e estrelado por Selton Mello). Crítica na íntegra 

O crítico inicia o texto com dois questionamentos que, segundo ele, sintetizam o filme. Questionamentos esses que aproximam o leitor, por serem frutos de pressupostos comuns. Ainda no primeiro parágrafo faz uso do método da comparação e faz uma dissociação, ao referir-se a outro filme, “Feliz Natal”, também dirigido por Selton Mello, que segundo o autor, não se comunicou tão bem com o público, diferente de “O Palhaço”.  

 O autor faz uma breve síntese do enredo e cumpre assim, de forma bem sucedida, o principio, apontado por Luiz Carlos Braga no texto “Crítica Jornalística de Cinema”, de “Contar a obra” sem contar tudo. Ao referir-se à trilha sonora do filme, utiliza o recurso de reciprocidade, no que diz respeito ao diálogo que as músicas têm com o mundo circense e a capacidade de emocionar a quem assiste.

Cunha traz um reenquadramento do real ao analisar o texto fílmico, atentando-se a não constante presença de piadas, e isso revela uma dissociação, pois, apesar de ser uma comédia, o filme não prioriza o riso e, para sustentar esse ideal, o autor usa exemplos de metáforas contidas no longa, o que leva o leitor, que já tenha assistido, a refletir sobre elas e ao leitor, que não tenha assistido, a querer vê-las.

Há um apelo à ressonância e uma afirmação pela autoridade, quando o autor associa o filme às produções de Chaplin, por suas cenas recheadas de gestos, olhares e silêncios e, também, ao citar atores partes do elenco.   

O texto revela uma crítica positiva e apresenta o filme como um dos melhores do ano, com a mescla em dose certa entre o sério e o lúdico. 

Por Nicole Quintão Gonçalves