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A dinâmica argumentativa da crítica
tem início com um combinado de argumentos. Primeiro, é possível observar que a
razão apresentada para que o leitor venha a aderir a opinião é por meio da
curiosidade; ao falar da insistência do diretor – o renomado David Fincher –
junto a Fox de escolher a atriz Rosamund Pike para interpretar a protagonista,
o autor da crítica desperta a curiosidade do leitor, que se questiona: foi uma
boa escolha? A atriz cumpriu com as expectativas para o papel? Respondendo a
essas dúvidas, o crítico examina a escolha e suas consequências. Segundo ele, a
seleção do diretor é justificada ao fim do filme, pois a atriz dá vida a
personagem, que, com sua beleza e presença fantasmagórica, constrói mais uma
das heroínas trágicas clássicas do diretor. A curiosidade leva o público que
nutria resistência à escolha da atriz a examinar com boa vontade um novo ponto
de vista.
Quando falo sobre a mescla de argumentos, quero
mostrar que o início da crítica envolve a razão para aderir a opinião junto de
alguns artifícios descritos por José Luiz Braga como componentes da crítica, no
texto Crítica Jornalística de Cinema. A caracterização dos personagens acontece,
inicialmente, com a descrição de Amy Dunne; o “contar o filme” é representado
por um breve resumo no segundo parágrafo, a fim de inteirar o leitor sobre o
que trata o texto. A referência aos atores e diretor renomados também é uma
semelhança com o ponto de vista de Braga; por conta da importância e do
reconhecimento do diretor, encontramos referências as suas obras anteriores.
A crítica se desenvolve com
argumentos apoiados em elementos preexistentes, pois o filme criticado, Garota
Exemplar, é a adaptação cinematográfica do livro de mesmo nome. Há então a
encenação de uma ressonância, baseando-se no já adquirido pelo público, no
previamente existente. O fato de o crítico ter assistido ao filme antes de sua
estreia, no Festival do Rio 2014, simboliza o argumento por testemunho – apelo
aos pressupostos comuns. A experiência do crítico, antes mesmo do lançamento,
fundamenta o argumento de testemunho.
A segunda fase da dinâmica
argumentativa caracteriza-se pela dissociação, no reenquadramento do real. A história
de um crime e um suspeito é decomposta em outros aspectos; ocorre a análise do
jogo de aparências (que pode não ser tão efetivo se o espectador tiver lido o
livro) e recebem destaque as discussões sobre relacionamentos (casamento,
família) que envolvem a narrativa. A dissociação também é evidenciada pela
descrição da atuação dos atores e pela citação do potencial cínico e cômico do
longa, característico do diretor.
A avaliação das preferências de
Fincher, bem como a referência a um de seus clássicos, Clube da Luta, é um
argumento analógico. A bagagem de filmes bem sucedidos do diretor permite a
argumentação por meio de exemplos e comparações.
A crítica apresenta um caráter
positivo, analisando o produto cultural e não maldizendo o autor ou objeto
analisado. O texto apresenta argumentos diferenciados, que fogem do
lugar-comum, Segundo Cintra, em seu texto Ver Televisão, esses aspectos são
cruciais para uma crítica que busca a credibilidade.
Por último, a tabela contendo
informações como origem, direção, roteiro e elenco busca trazer esclarecimento ao
leitor sobre a feitura do filme, que é mais um ponto de convergência com a
perspectiva apresentada no capítulo Crítica Jornalística de Cinema.
Texto por Cynthya Marangon
correções:
ResponderExcluirvenha aderir à opinião é por meio da curiosidade; ao falar da insistência do diretor – o renomado David Fincher – junto a Fox para escolher
referências às
Como citou Cintra Torres e Braga, tinha que citar Breton, que escreveu sobre a dinâmica argumentativa.
O Texto é Ler Televisão.
Muito bom o seu trabalho, aprofundou a teoria apresentada em aula.